I
Sinto a brisa...;
E não penso... Mas enfim;
O que deveria eu pensar?
Não. Melhor não saber;
A não ser das coisas simples;
Tal como o vento é simples;
E leva-me com ele em viagem;
Ao encontro do crepúsculo e da morada;
Do sol ligeiro a fugir de mim;
Feito criança a brincar de esconde-esconde;
Com a própria imagem refletida no lago.
II
Tenho vontade de sorrir;
Apesar dessa solidão nostálgica;
Que me consome pouco a pouco;
Ainda assim tenho vontade de sorrir;
Por causa não sei do que;
E isso talvez nem importe;
Sorrio apenas, e nada mais.
III
Volto..., de certa forma às raízes;
Às quais me carregaram por tantas eras;
E sinto, sem mais pensar;
Que estou perdido entre os dias;
Moribundos..., confusos..., escuros;
À procura daquilo que não conheço;
Entre um raiar do sol e outro;
Desconhecendo aonde vou;
Mas sigo, sem hesitar;
Pois me guio pelos olhos de outrem;
Pelos sorrisos que encontro pelo caminho.
IV
Sigo..., sem mais pensar;
A lentidão despreocupada dos meus passos;
Que levam meus olhos ao horizonte;
Mórbido e solitário dos dias já findos;
Abro os olhos e procuro;
Nas auroras frescas de primavera;
Ver se sou realmente vivo;
Ou se sou apenas uma metáfora;
Perdida no passar das horas;
Como que se aguardasse;
Alguém estender-me a mão e dizer;
-Vem comigo, aos castelos celestes;
Onde tua sede será finalmente saciada;
E teu coração terá o amor que tanto procuras.
V
Olho o horizonte;
E penso;
O que há de mágico;
Nas auroras e nos crepúsculos;
A tal ponto de retorcer;
Os corações apaixonados e fazer;
De certo modo, a alma brilhar;
Tão fugaz..., tão intensa..., tão bela;
A sonhar em um dia ser estrela;
E brilhar somente por ter luz;
E de tanto sonhar nem percebe;
Que de fato são;
Estrelas vivas nascidas;
Do sopro suave da criação.
VI
Nos momentos de êxtase;
Tranqüilos momentos;
Doces recordações que afloram;
Repletas de mistérios guardados;
Das paixões novas da juventude;
Como se fosse real ver;
Diamantes em gotas de água...;
Pérolas nos olhos...;
E estrelas nos sorrisos...;
VII
Que alcancem os céus;
Com as mãos dormentes;
Cansadas do trabalho e ávidas;
Pelo toque majestoso dos anjos;
Que se fazem presentes;
Nos sonhos de poeta confuso;
A escrever versos mudos;
Que talvez nunca sejam lidos...;
Nem ouvidos..., nem notados;
De sua existência fútil;
Mas ainda assim verdadeira;
Na essência das paixões;
A coroar as faces singelas;
E torná-las reis e rainhas;
Não apenas deste mundo;
Mas de tantos outros mundos;
De tantos outros corações.
VIII
Sinto minha mão cansada;
Já tremula das horas;
Em que desfilei palavras;
Em versos de sonhos;
Tão incertos quanto é de a chuva;
Cair sempre em meu aniversário.
IX
E se cai a chuva, calma;
Mas persistente a tantos dias;
Sem dar chance de sentir;
Um único raio de sol;
Ou um abraço de quem guardo;
Nas páginas da saudade;
Abençoada então seja a chuva;
Que cai nestas tardes tristes;
Para lavar as almas solitárias;
A viver sem por que.
Genesis
27/7/2006 (Em um momento de solidão e saudade..., talvez até de loucura...)
11 comentários:
Belas palavras, como sempre mesmo se um pouco tristes...
Hoje houve porquês ! Hoje só houve alegria para mim !
Queres ver ?
Passa pelo meu cantinho....
beijinhos da
´Verdinha
Bendita loucura que fez brotar tão belo poema.
Lindooo
Sonhadora
lindo
Como me identifico com estas palavras!...
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