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Agonia... Solidão

Agonia... Solidão

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Silenciar

Imagem: . . . b r e a t h e . . .
Autor: Bruno Abreu

Abrasa o entardecer quente;
Meus sonhos e desejos;
E não menos meu corpo;
Contorce-se entre as sombras;
Disformes das lembranças;

Suspiro... No sufoco inútil;
De nada poder fazer, senão;
Chorar talvez... Como outrora;
Molhei as terras áridas;
Nos dias tristes;

Pela falta inconfortável;
De tua mão a afagar;
Meus cabelos nas noites;
Serenas em que repousava;
Meu sorriso em teus braços;

E tudo, no mais simples;
Que fosse teu andar, olhar;
Teus gestos, em verdade pareciam-me;
Dos deuses a maior das dádivas;
Entregue aos reles mortais;

Por ter nos lábios;
A verdade pura. – ‘Ainda que duvidosa’;
Aos olhares incrédulos...;
Mas peço; - Crê naquilo que diz;
Minha boca, meus versos;

Pois da alma vertem;
Não do cérebro cansado;
As vozes suplicantes;
Que na angústia se convertem;
Em páginas intermináveis;

Escritas nas paredes velhas;
Sujas de tantos muros;
Que cercam não talvez meu corpo;
Mas meu espírito exilado;
De Minha própria terra;

E me prendem sempre à morada;
Dos espíritos dos desejos;
A dançar ao redor do fogo;
Sublime a queimar meu rosto;
E fazer meu corpo ferver;

Sem alívio a não ser silenciar;
Meus gritos espalhados;
Aos ventos do mundo;
Selvagens... Mas livres;
Que ao horizonte me conduzem;

Sem saber se é destino;
Coincidência ou sorte;
Esse vagar lento, incessante;
Por entre as trilhas que insistem;
Em me levar sempre de volta ao mesmo lugar.


Genesis - 31/08/2005