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Agonia... Solidão

Agonia... Solidão

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

DEVANEIOS

Imagem: .
Autor: Carlos

I

Sinto a brisa...;

E não penso... Mas enfim;

O que deveria eu pensar?

Não. Melhor não saber;

A não ser das coisas simples;

Tal como o vento é simples;

E leva-me com ele em viagem;

Ao encontro do crepúsculo e da morada;

Do sol ligeiro a fugir de mim;

Feito criança a brincar de esconde-esconde;

Com a própria imagem refletida no lago.

II

Tenho vontade de sorrir;

Apesar dessa solidão nostálgica;

Que me consome pouco a pouco;

Ainda assim tenho vontade de sorrir;

Por causa não sei do que;

E isso talvez nem importe;

Sorrio apenas, e nada mais.

III

Volto..., de certa forma às raízes;

Às quais me carregaram por tantas eras;

E sinto, sem mais pensar;

Que estou perdido entre os dias;

Moribundos..., confusos..., escuros;

À procura daquilo que não conheço;

Entre um raiar do sol e outro;

Desconhecendo aonde vou;

Mas sigo, sem hesitar;

Pois me guio pelos olhos de outrem;

Pelos sorrisos que encontro pelo caminho.

IV

Sigo..., sem mais pensar;

A lentidão despreocupada dos meus passos;

Que levam meus olhos ao horizonte;

Mórbido e solitário dos dias já findos;

Abro os olhos e procuro;

Nas auroras frescas de primavera;

Ver se sou realmente vivo;

Ou se sou apenas uma metáfora;

Perdida no passar das horas;

Como que se aguardasse;

Alguém estender-me a mão e dizer;

-Vem comigo, aos castelos celestes;

Onde tua sede será finalmente saciada;

E teu coração terá o amor que tanto procuras.

V

Olho o horizonte;

E penso;

O que há de mágico;

Nas auroras e nos crepúsculos;

A tal ponto de retorcer;

Os corações apaixonados e fazer;

De certo modo, a alma brilhar;

Tão fugaz..., tão intensa..., tão bela;

A sonhar em um dia ser estrela;

E brilhar somente por ter luz;

E de tanto sonhar nem percebe;

Que de fato são;

Estrelas vivas nascidas;

Do sopro suave da criação.

VI

Nos momentos de êxtase;

Tranqüilos momentos;

Doces recordações que afloram;

Repletas de mistérios guardados;

Das paixões novas da juventude;

Como se fosse real ver;

Diamantes em gotas de água...;

Pérolas nos olhos...;

E estrelas nos sorrisos...;

VII

Que alcancem os céus;

Com as mãos dormentes;

Cansadas do trabalho e ávidas;

Pelo toque majestoso dos anjos;

Que se fazem presentes;

Nos sonhos de poeta confuso;

A escrever versos mudos;

Que talvez nunca sejam lidos...;

Nem ouvidos..., nem notados;

De sua existência fútil;

Mas ainda assim verdadeira;

Na essência das paixões;

A coroar as faces singelas;

E torná-las reis e rainhas;

Não apenas deste mundo;

Mas de tantos outros mundos;

De tantos outros corações.

VIII

Sinto minha mão cansada;

Já tremula das horas;

Em que desfilei palavras;

Em versos de sonhos;

Tão incertos quanto é de a chuva;

Cair sempre em meu aniversário.

IX

E se cai a chuva, calma;

Mas persistente a tantos dias;

Sem dar chance de sentir;

Um único raio de sol;

Ou um abraço de quem guardo;

Nas páginas da saudade;

Abençoada então seja a chuva;

Que cai nestas tardes tristes;

Para lavar as almas solitárias;

A viver sem por que.


Genesis


27/7/2006 (Em um momento de solidão e saudade..., talvez até de loucura...)